o buraco do espelho está fechado agora eu tenho que ficar aqui com um olho aberto outro acordado no lado de lá onde eu caí pro lado de cá não tem
O Buraco do Espelho
Ah, os queijos franceses! Seja em feiras livres na rua, supermercados ou nas casas das pessoas, sempre havia uma infindável variedade deles. De vaca, de cabra, secos, frescos, com fungos ou claros ou amarelos, de todos os sabores e tipos. Cada vez que íamos ao mercado comprávamos um destes para experimentar (e também um chocolate) e ao cabo de alguns dias tínhamos vários tipos perdidos na sacola de comida.
Mais curioso é o fato dos queijos serem consumidos como um acompanhamento nas refeições, uma pré-sobremesa. Após o prato principal, vinha a salada. Após a salada, era a hora do fromage? Um momento delicado e especial, pois era aí que a barriga ficava estufada, caso se quisesse provar um pedaço de cada tipo. Cada sabor incrível. Depois disso, a refeição típica familiar ainda incluía a sobremesa (que poderiam ser vários potes de sorvetes de diversos sabores, onde cada um comia diretamente com a colher) e o café ou chá. Ufa! Todo este relato só foi possível graças a estadia Chez Leenhardt, a quem somos muito gratos.
Além disso, haviam os vinhos, que bebíamos quase todos os dias. Por cerca de €3, por R$9, podíamos apreciar vinhos de ótimo sabor. Nos mercados também havia uma infinidade deles, de maneira que era impossível tentar recordar alguma marca. Comprávamos sempre na sorte. Ótima maneira de se alegrar e relaxar após um duro dia de descobrimentos, caminhadas e pedaladas. Normalmente eram consumidos enquanto preparávamos o jantar, nas pousadas e campings. Por sorte sobrava um pouco para acompanhar a refeição.
Por fim, haviam muitas outras coisas deliciosas. Pães franceses de verdade, crocantes de variados formatos. Chamar o típico pãozinho de farinha branca de trigo de “pão francês”, como conhecido na maior parte do Brasil, chega a ser um sacrilégio. Chocolates, bons e baratos, puros, negros ou com nozes ou avelãs. Poucas frutas, é verdade, mas de uma doçura e sabores incríveis – maças e laranjas são o destaque.
Em comparação com o que havia nos mercados, os famosos restarantes franceses se mostravam uma opção não tão atraente. A comida era ótima, mas a quantidade deixava a desejar e, principalmente o preço. Era incrível como tanto numa cidade grande como numa pequena vila rural, os valores se mantinham os mesmos – em torno de €10 a 15 por pessoa. Com isso, era possível fazer uma grande compra dos melhores produtos no mercado – opção que favorecemos e nos custou muitíssimo menos. E aí segue uma foto do super-herói que muitos nos nutrindo, poupando o bolso:Ricardo Vieira Dalbem (2014)
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